Servo de Deus Dom Couto, scj

 

 

 

Oração pela Beatificação do Servo de Deus Dom José Antônio do Couto, SCJ

Senhor nosso Deus e Pai, nós vos louvamos pelo que sois e Vos agradecemos pelo que realizais na vida de vossos filhos e filhas. Quereis nossa realização pela busca da santidade. Para alcança-la, apesar de nossa fraqueza, continuamos a lutar, contando com Vossa Graça. Por isso, desejamos ouvir com fé Vossa Palavra e viver com amor os mandamentos, para assim, crescermos no discipulado de Jesus Cristo.
Vosso filho, dehoniano, Dom José Antônio do Couto, o conseguiu de modo admirável e exemplar. Assim sendo, nós Vos pedimos, ó Pai amado: Que se for do Vosso agrado e para a Vossa glória, possa ele um dia não distante, alcançar a honra dos altares. Isso, Vos suplicamos, ó Pai, através do coração de Vosso Amado Filho – Jesus Cristo – que ele tanto amou e serviu, para quem, fielmente, viveu e exemplarmente morreu. Amém.

Pedir com fé a graça desejada.
Rezar um Pai Nosso, uma Ave Maria e um Glória.

Com Aprovação Eclesiástisca
Dom Carmo João Rhoden, SCJ,Bispo Emérito de Taubaté

 

Breve histórico da vida do Servo de Deus Dom Couto, scj.

Dom José Antônio do Couto foi superior-local do Convento de Taubaté de 1965 a 1968; conselheiro-provincial da antiga Província Brasileira Meridional, hoje Província Brasil São Paulo (BSP), de 1966 a 1974; por dois anos foi bispo-coadjutor da diocese de Taubaté; e bispo-residencial da diocese de Taubaté de 5.5.1976 a 6.8.1981. Foi um grande amigo dos padres e esteve sempre presente na vida da Igreja Particular de Taubaté, prestando assessoria teológica e pastoral ao saudoso bispo dom Francisco Borja do Amaral (1944 -1976), que o tinha por conselheiro.

José Antônio do Couto, o futuro dom José Antônio do Couto, nasceu num pequeno povoado do interior do município de Formiga (MG), São Pedro, pertencente ao distrito de Albertos, a 1º de novembro de 1927. Seus pais, Joaquim Antônio do Couto e dona Rita Maria da Conceição do Couto, eram pessoas profundamente cristãs e souberam educar seus filhos no verdadeiro amor a Deus e à Igreja.

Passou José Antônio sua infância e um pouco da juventude no interior do município de Formiga, Albertos, que fica a dezoito quilômetros da cidade. A família trabalhava na agricultura de sobrevivência, com o plantio de arroz, milho, feijão, bem como a criação de rezes e outros animais de roça. Como adolescente, era bastante quieto, de pouca conversa. Mas muito decidido, ativo e exigente com os irmãos. Seu relacionamento com os pais e irmãos nunca foi motivo que merecesse alguma repreensão.

O desejo para a vida sacerdotal começou a se manifestar no dia de sua Primeira Eucaristia. Entretanto, para o jovem José Antônio a história de sua vocação não foi fácil. Primeiramente, o pai se opôs a sua ida ao seminário. Não por estar contra sua vocação, pois ele era um homem muito religioso e correto. Diante da falta de condições financeiras, ele achava injusto dar estudos para um filho só e não oferecer para os demais.

Foi um dos primeiros dos oito seminaristas que ingressaram na Escola Apostólica Dehonista de Lavras, em 1944. Foi com esse grupo que começou a funcionar o seminário de Lavras, naquele ano. Ali José do Couto permaneceu até o final de 1946. Era quase um moço feito.

No ano seguinte seguiu para o Seminário Sagrado Coração de Jesus de Corupá (SC), onde completou o curso ginasial (em 1947) e fez o colegial (1948-1950). Em 29 de outubro de 1950 foi admitido como postulante. Durante o ano de 1951 fez o noviciado em Brusque (SC) sob a sabia direção de padre Tarcísio Guilherme Rauchholz (+ 1987), emitindo os primeiros votos religiosos aos 2 de fevereiro de 1952, na Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. Após a profissão religiosa, iniciou o curso normal de filosofia, em Brusque, de 1952 a 1953.

Os superiores da Província Brasileira Meridional escolheram-no, em 1953 para cursar teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Nesse mesmo ano, em novembro, teve que, às pressas, antecipar os exames de filosofia, e após breve estada com os familiares, entre os dias 10 e 12 de dezembro, viajou para Roma.

Após ter cumprido todas as etapas do processo formativo, a 1º de julho de 1956, em Roma, no Colégio Internacional, como diácono recebeu a ordem de presbiterado. No dia seguinte, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, celebrou sua primeira Santa Missa. Ali se licenciou em teologia pela Universidade Gregoriana (1957). Depois de dois anos fez o licenciado em teologia moral pela Academia Afonsiana de Roma, em 1959. No ano seguinte padre José Antônio concluiu seus estudos superiores na Itália, doutorando-se em teologia moral pela Universidade Urbaniana de Roma.

Após seis anos de estudos superiores na Itália, no princípio de agosto de 1960 voltou ao Brasil. Aos 15 de agosto, finalmente, ele pôde celebrar sua primeira missa em sua terra natal, em Albertos. E no domingo seguinte, dia 21 de agosto, padre José Antônio celebrou sua primeira missa na paróquia São Vicente Férrer, na cidade de Formiga.

Em Janeiro de 1961 foi para Taubaté, ao Convento Sagrado Coração de Jesus. Taubaté foi a única cidade em que trabalhou como religioso presbítero. Desde então até 1974 foi formador e professor. Lecionou ali teologia moral e direito canônico. De 1965 a 1968 ocupou o cargo de reitor do Convento Sagrado Coração de Jesus. Ajudou assim a formar um grande número de sacerdotes para a Igreja no Brasil. Além do magistério, exerceu ainda a função de conselheiro-provincial (três triênios, 1966-1974).

Durante os anos de seu sacerdócio no Convento Sagrado Coração de Jesus em Taubaté prestou relevante serviço às capelas rurais no interior do município; a partir da criação da paróquia Sagrado Coração de Jesus, na Vila de São Geraldo, exerceu ali com grande zelo pastoral a função de vigário-paroquial. Além disso, não deixou de promover encontros de formação de agentes de pastoral e retiros espirituais em toda a diocese.

Bispo da Igreja de Taubaté – A 5 de junho de 1974, em Consistório, o Santo Padre Paulo VI nomeou Padre José Antônio do Couto para bispo-coadjutor da diocese de Taubaté, com direito à sucessão imediata ou como quarto bispo titular de Taubaté.

Dom José Antônio do Couto, por causa da fragilidade de sua saúde, relutou em aceitar sua nomeação, mas, como bom religioso e em nome da obediência à Igreja, acabou por aceitar o ministério episcopal. E, no dia de sua ordenação episcopal, 18 de agosto de 1974, ao ser cumprimentado pelo então padre Eusébio Scheid, confidenciou-lhe num tom de humildade e resignação: Veja só o que Deus fez comigo, Eusébio!

Dom Francisco Borja do Amaral, atingindo seus 78 anos de idade, após 32 anos de episcopado, apresentou à Santa Sé Apostólica seu pedido de renúncia e, de acordo com a bula de nomeação de dom José Antônio do Couto, depois de um ano e quase nove meses (1974-1976) na função de bispo-coadjutor, assumiu automaticamente o governo da diocese de Taubaté, no dia 5 de maio de 1976.

Como bispo marcou uma forte presença de pastor em toda a diocese, nas paróquias, comunidades eclesiais, bem como nos seminários e nas casas religiosas. Sempre muito atento aos sinais dos tempos, para dar uma resposta renovada aos novos problemas e desafios que a Igreja tivesse que enfrentar. Grande parte do tempo de sua vida estava a serviço do povo e de seu clero. Sabia ouvir as pessoas de todas as condições sociais. Não fazia acepção de pessoas.

Dom José Antônio tinha uma ampla visão de Igreja e de sociedade. Era dinâmico, aberto e atento à realidade e aos desafios da sociedade. Conduziu a diocese com sabedoria e com muita prudência. A ação evangelizadora era conduzida pelo princípio da unidade num contexto da Pastoral de Conjunto, que passava pelo processo do Planejamento Pastoral. Disto temos a prova dos diversos trabalhos que ele realizou, com a elaboração e a publicação das Diretrizes e Normas Diocesanas de Pastoral.

Entre todas as imprescindíveis atividades pastorais, dom José Antônio do Couto, alguns meses antes do derrame cerebral (28.12.1979) que o tirou da missão de animar e governar a diocese; preparou todo o processo para a instalação da nova diocese de José dos Campos. No do 1º de maio de 1981, na ordenação do novo bispo e da instalação da nova diocese, dom José Antônio do Couto, com dificuldade física de locomoção, devido ao derrame, esteve presente, auxiliado pelos seminaristas de sua diocese. Sem dúvida, esse foi um dos trabalhos mais importantes desse grande pastor.

Durante os cinco anos incompletos (1976-1981) de episcopado na diocese de Taubaté, revelou-se homem prudente e sábio. Desde sua posse como bispo-titular da diocese de Taubaté, dom José Antônio do Couto mostrou-se como grande pastor, homem de visão e de organização, inteligente, simples, amável e acolhedor. Seu encargo episcopal não criou distância das pessoas. Pelo contrário, sua simpatia criou proximidade. As pessoas simples, humildes e pobres eram agraciadas com sua fácil acessibilidade. Foi um grande amigo do povo. Dialogou com as autoridades, com diversas igrejas e religiões, grupos políticos e outras classes sociais. Soube ser sempre uma presença discreta, amável e de esperança junto ao povo.

Logo em seguida, em agosto de 1981, impossibilitado, por motivos de saúde, de continuar à frente da diocese de Taubaté, renunciou à função de bispo-titular. A 3 de novembro do mesmo ano, como bispo-emérito, veio a residir no Conventinho, onde viveu dezesseis anos dos quase dezoito anos de sua enfermidade, até dia 30 de julho de 1997. Louvamos a Deus por seu testemunho de vida. Um homem de Deus morou entre nós.

Após quinze anos de sua morte, seus restos mortais foram exumados e transferidos para a catedral de Taubaté, em 15 de junho de 2012, na solenidade do Sagrado Coração de Jesus. A urna está depositada na entrada do templo, no altar à esquerda, observadas as prescrições canônicas.

No dia 15 de junho de 2012 foi instalado canonicamente, na catedral, o processo de beatificação de dom José Antônio do Couto pelo bispo diocesano dom Carmo João Rhoden, scj.

Fonte: Adaptado de SCHMITT, Padre José Francisco, Na Casa do Pai. São Paulo: 2013, p. 268-272.